sábado, 26 de junho de 2010

Porque é que as coisas têm de ser assim, tão difíceis, nunca simples.
Porque que é que temos de viver sempre com aquele medo?
Porque é que tudo tem um fim?
Porque é que nada é não posso ter o que sonho sem ter de passar pelo sofrimento?
Derramam-se grandes e gordas lágrimas pela cascata do meu rosto, tão novo mas já gasto. Gasto por tudo o que o rio arrasta consigo nos seus pequenos carreiros: pedras, ramos, fridas, crenças. memorias, pessoas, momentos, tudo, e dói tanto.
Porque é que tudo parte para longe?
Porque é que tudo pode desaparecer num instante? Apenas com um olhar, palavra, acto. Tudo desaparece e eu, aqui sentada, neste chão gelado, com os meus trapos, aconchegada nas pernas, chorando, implorando que o que mais preciso venha para junto de mim, o que me faz mais falta regresse e não o contrário. Pergunto-me porque é que custa tanto ser feliz, fazer os outros felizes?
Porque é que a vida perfeita que todos procuramos também não existe?
A vida também não teria piada se assim fosse, mas já chega de sofrimento, de complicações, onde é que estão as oportunidades? Quero-as, preciso imediatamente delas, estou sedenta, tudo me arde por dentro, tudo me doí, por estar vazio, tem de ser preenchido.

1 comentário:

  1. Tu devias escrever um livro ou coisa assim.
    São essas palavras que captam um leitor.
    Sao essas palavras que me captam a mim.
    Esse texto é impressionante.
    E se é assim que te sentes, por favor desabafa porque nao gosto de te ver assim.

    mas adorei este texto.

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